Conceito de Liberdade
Ser livre, do ponto de vista religioso, é algo que está implícito na Religião Natural, que não segue doutrinas supostamente reveladas por espíritos, isto é, livre de todas as religiões baseadas em revelações de escrituras ou em tradições obscuras. Outras religiões também alegam libertar seus seguidores e, para não haver confusão, basta continuar lendo este texto.
O ritmo para evocar os orixás
Ao fazer uma reportagem para TV na África, uma repórter encontrou uma mulher do local que foi se aproximando da câmera, dançando junto com outras mulheres. A repórter então explicou: “Este é o ritmo para evocar os orixás” e acompanhou a mulher na dança. Nessa situação, não aconteceu nada especial. Mas sabe-se que esse ritmo é tradicionalmente adotado em religiões afro-brasileiras para levar a pessoa a um estado de mediunidade em que se incorporam os espíritos. Podemos notar que na reportagem não se mencionou um estado de alegria ou satisfação, pois isso é apenas o "ritmo para evocar os orixás". Com outras palavras um participante anônimo de um desses carnavais do país, realizado no norte do Brasil, se referiu a isso dizendo: “Este ritmo está no nosso sangue e não podemos evitá-lo mesmo que queiramos”. Esse ritmo se alastrou e, em diferentes graduações, ele pode ser encontrado tanto no carnaval – a festa anual que faz o Brasil ser conhecido até no exterior por sua permissividade – como em muitas músicas (incluindo alguns ritmos de rock) e em inúmeras igrejas, especialmente as que mais crescem.
O surgimento das igrejas que nunca existiram antes
Nos últimos tempos apareceram “igrejas que nunca existiram antes” e que tiveram seu início nos Estados Unidos, no acontecimento que ficou conhecido como o "Reavivamento da Rua Azusa". Sobre isso, o jornal Los Angeles Times de 18 abr. 1906 escreveu em sua primeira página:
Há relatos de outras igrejas cristãs que tiveram avivamento, ou seja, uma maior intensidade de religiosidade de seus seguidores, mas essa de 1906 se destacou na imprensa. Se isso tivesse acontecido no Brasil, seria logo identificado como uma manifestação mediúnica de religiões de origem africanas. Como os norte-americanos não estavam acostumados, isso chamou a atenção deles e acabou chegando ao Brasil como uma grande novidade. As igrejas que surgiram baseadas nela tiveram crescimento lento antes do ano 2000, mas depois começaram a crescer rapidamente, principalmente no Brasil e de modo até surpreendente. Essas igrejas se classificam em pentecostais e neopentecostais. Elas apresentam muita força espiritual nos seus cultos e seus seguidores às vezes têm comportamentos semelhantes aos descritos no texto sobre o avivamento da rua Azusa. Essa união dos ritmos de origem africana ao cristianismo é apresentada como sendo apenas culto cristão (o que é uma espécie de eufemismo), pois caso contrário teria pouca aceitação.3
O eufemismo religioso
Um procedimento espiritual comum é o uso de eufemismo religioso considerando eufemismo como "o abrandamento do impacto de uma palavra ou frase que causa rejeição, que é substituída por outra bem aceita." Assim, práticas de magias reprováveis, são apresentadas como sendo aceitáveis e até normais graças a seus eufemismos. Isso se iniciou em parte quando os praticantes de magia resolveram anunciar seus serviços publicamente sem causar rejeição. Os eufemismos foram adotados simultaneamente por muitas igrejas, que acabaram lançando os seus próprios. Com isso, frases que se referiam a fazer um despacho, um ritual de magia ou termos semelhantes agora receberam novas descrições. Quando alguém se interessa em ter um benefício espiritual, geralmente acaba indo a uma das igrejas que fazem essa atividade com muita propaganda, sempre usando eufemismo religioso, tudo mediante pagamento, que, por sua vez, tem seu eufemismo próprio.
Igrejas fortes e fracas
Nas “igrejas que nunca existiram antes” o “ritmo para evocar os orixás” serve até como referência, pois as que têm mais atividades com esse ritmo e juntam isso ao “eufemismo religioso”, são consideradas mais fortes e se supõe que nelas aconteçam milagres, ao contrário das igrejas fracas, que têm pouco desse ritmo e não fazem milagres. Obter riqueza, conseguir qualquer emprego, ter saúde, sucesso no esporte, etc., cada objetivo passou a ter seu eufemismo religioso. Se, por exemplo, apenas duas pessoas se candidatem a um emprego e uma delas é menos qualificada, mas pediu ajuda espiritual, a pessoa menos qualificada consegue o emprego. Se não fosse assim, não haveria motivo para essas igrejas anunciarem sua interferência. Nem todos esses milagres são de curas difíceis, pois há casos em que o fiel ao se dirigir ao culto sente algum problema de saúde e é "curado" ao chegar lá — pela mesma entidade que causou o problema. Entretanto, há cada vez mais relatos de igrejas supostamente fortes cujos próprios dirigentes acabaram descobrindo que os espíritos que atuavam nelas eram malignos, muito semelhantes aos que atuam nos piores terreiros, e acabaram encerrando as atividades. Infelizmente, essas igrejas são independentes e, quando uma fecha, abre-se outra. Em 2012 segundo o Boletim Internacional de Pesquisa Missionária, existiam 35.500 denominações religiosas cristãs no mundo.4
Como essas igrejas atraem os fiéis
Várias dessas igrejas atraem os indecisos mostrando na TV os vencedores, deixando a impressão de que, seguindo os preceitos delas, todos podem prosperar. Para se calcular com alguma validade se a maioria dos fiéis dessas igrejas enriqueceu ou não acima da média, deveriam ser incluídos não apenas os fiéis atuais, mas também os que saíram porque perderam patrimônio, e isso desde o início dessas igrejas. Mostrar diversos exemplos de sucesso em igrejas com milhões de seguidores não é significativo. De qualquer forma, essas pessoas que prosperaram, junto com os dirigentes dessas igrejas, formam o grupo dos que conseguiram riquezas. Entretanto, há os outros que perderam através de pagamento de dízimos e principalmente pagamento de ofertas. Este grupo tem o desafio de mostrar sua fé mediante ofertas cada vez maiores para obter o sucesso e se não conseguem é porque ‘faltou fé’ e precisam aumentar as ofertas. Conforme mostram as estatísticas, os jovens, ao descobrirem que estão seguindo uma religião errada, não mudam para uma religião como nós propomos, e sim se tornam ateus ou agnósticos. 5
As igrejas que não se entendem
Pelo menos essas igrejas poderiam ser amistosas entre si, mas isso nem sempre acontece. Se alguém preferir seguir a maioria em questão de religião, deve ter em mente que dois terços da população mundial não são de cristãos e que mais de dois terços dos cristãos do Brasil não seguem essas seitas.6
Os objetos sagrados
Os protestantes tradicionais, desde a época de Martinho Lutero (1483–1546), ao orar a Deus, mencionam que Jesus é o intercessor, eles não oram sem essa intermediação, ao contrário do que fazem os judeus e os muçulmanos (de acordo com seus conceitos de Deus). Entretanto, algumas novas igrejas neopentecostais têm mencionado mais o Espírito Santo, o que não é comum no protestantismo. Essas novas igrejas citam e mostram objetos, frases e rituais, tudo supostamente com poderes e dito solenemente e com encenações, de forma que seus seguidores acreditam que eles têm total conhecimento do que pregam. Lutero reprovava o costume de adorar imagens, mas isso voltou na forma desses objetos com ‘poderes’(desde que comprados deles), vendidos com grandes lucros.7
As igrejas pentecostais tradicionais
As igrejas pentecostais tradicionais, que crescem pouco, não costumam valorizar demais o objetivo de enriquecer seus seguidores. Essas igrejas têm momentos de elevação espiritual e isso pode ser devido à redução da influência das atividades espirituais que citamos ao tratar do avivamento da rua Azusa. A maior ameaça apresentada aos seus fiéis, como em todas as igrejas cristãs, é o castigo eterno, mas também há boas notícias para eles, como: a da volta do Salvador, em breve; que a Nova Jerusalém virá, em breve; a existência de moradas celestiais aguardando a chegada dos fiéis escolhidos, em breve; a previsão de que haverá o arrebatamento, em breve, e outras.
A Mediunidade nas igrejas
A mediunidade sempre foi praticada apenas pelas religiões que tinham isso como sua atividade principal, como o espiritismo. Muitas igrejas pentecostais acharam um modo próprio para isso, que inclui falar frases desconexas em meio a uma mensagem. Então, em suas escolas dominicais, nunca se fala em desenvolver mediunidade e sim desenvolver o eufemismo religioso correspondente. Com isso, as entidades espirituais que atendem a esses pedidos passam a ter uma atuação permanente junto a essas pessoas, como fazem nas outras religiões mediúnicas. Em algumas igrejas observam-se até técnicas semelhantes à hipnose.
A religião e as leis
Durante séculos os católicos praticamente não liam a Bíblia e a Igreja Católica, se apoiava, na parte de moral e bons costumes, no sistema de leis que os antigos romanos desenvolveram, mesmo com seus defeitos e mesmo assim acabou recebendo o nome de Civilização Cristã. Com o declínio atual do catolicismo, as novas religiões cristãs tentam encontrar respostas para problemas atuais se valendo de opiniões oriundas da Bíblia. Eis os comentários feitos pelo escritor Mark Twain (1835–1910) sobre a Bíblia:
No futebol, uma pesquisa de 2013 mostrou que um terço de todos os jogadores de times grandes do Brasil se consideravam evangélicos. Quando eles não se destacam pela quantidade em um esporte, muitas vezes acabam se tornando os melhores nesse esporte. É muito difícil um esportista comum competir com eles. Isso não acontece apenas no Brasil: em outros países muitos atletas que se mostram acima dos competidores afirmam serem ajudados dessa forma. Se as pessoas não se preocuparem com isso, vão continuar aplaudindo esse tipo de esportistas.